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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

UFRJ 2009: Justiça, Platão


Questão 4

No trecho que segue, extraído da obra do filósofo Platão intitulada A República, o personagem Gláucon apresenta o que seria um discurso corrente sobre a justiça e a injustiça:
“Dizem que uma injustiça é por natureza um bem, e sofrê-la, um mal, mas que ser vítima de injustiça é um mal maior do que o bem que há em cometê-la. De maneira que, quando as pessoas praticam ou sofrem injustiças umas das outras, e provam de ambas, lhes parece vantajoso (...) chegar a um acordo mútuo, para não cometerem injustiças nem serem vítimas delas. Daí se originou o estabelecimento de leis e convenções entre elas e a designação de legal e justo para as prescrições da lei. Tal seria a gênese e essência da justiça, que se situa a meio caminho entre o maior bem – não pagar a pena das injustiças – e o maior mal – ser incapaz de se vingar de uma injustiça. (...) Aqui tens, ó Sócrates, qual é a natureza da justiça, e qual a sua origem, segundo é voz corrente”.
(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1987, p.55-56; 359a-b)
De acordo com a exposição de Gláucon, responda:
a) Agir em conformidade com as prescrições da lei é, segundo a mencionada “voz corrente”, um bem maior, menor ou igual ao que há em cometer uma injustiça impunemente?
b) Por que, do ponto de vista da mencionada “voz corrente”, a justiça não pareceria vantajosa caso ser vítima de uma injustiça sem poder dela se vingar fosse

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