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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

UFRJ 2008: Ética

Questão 4

das questões importantes que ocuparam a filosofia ocidental desde seu surgimento diz respeito às nossas decisões e ações. De um lado, alguns filósofos sustentaram que todos os acontecimentos do mundo, inclusive as nossas decisões por realizar ou não uma ação, são inteiramente determinados por leis da natureza diante das quais a vontade humana nada pode. Essa posição é muitas vezes chamada de determinismo.
De outro lado, outros filósofos rejeitaram essa concepção determinista por a considerarem incompatível com a tese de que a liberdade é um traço característico das decisões humanas, defendendo que, por sermos livres, está sempre em nosso poder, isto é, sob o poder da nossa vontade, a decisão por realizar ou não uma ação.

Considerando que uma decisão imputável é aquela que pode ser legitimamente atribuída a alguém como seu autor responsável, isto é, alguém capaz de responder por ela, identifique qual das duas doutrinas, a do determinismo ou a da liberdade, tais como acima descritas, é mais compatível com o princípio da imputabilidade. Justifique sua resposta.

UFRJ 2008: Rousseau

Questão 3

De acordo com o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, o contrato social “estabelece entre os cidadãos uma tal igualdade que eles se comprometem todos nas mesmas condições e devem gozar dos mesmos direitos. (...) sua situação [dos indivíduos], por efeito desse contrato, se torna realmente preferível à que antes existia, e em vez de uma alienação, não fizeram senão uma troca vantajosa de um modo de vida incerto e precário por um outro melhor e mais seguro, da independência natural pela liberdade, do poder de prejudicar a outrem pela segurança própria, e de sua força, que outras podiam dominar, por um direito que a união social torna invencível.”
(ROUSSEAU, J-J. Do Contrato Social. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978)
Considerando as trocas a que se refere o trecho acima:
a) identifique, com base no texto, dois elementos que são substituídos e dois que são conquistados
pelos indivíduos que se comprometem com o “contrato social”;
b) discuta em que medida essa substituição pode ser considerada vantajosa

UFRJ 2008: Descartes

Questão 2

A disputa entre racionalismo e empirismo se dá no ramo da filosofia destinado ao estudo da natureza, das fontes e dos limites do conhecimento. Essa disputa diz respeito à questão sobre se e em que medida somos dependentes da experiência sensível para alcançar o conhecimento. Os racionalistas afirmam que nossos conhecimentos têm sua origem independentemente da experiência sensível, isto é, independentemente de
qualquer acesso imediato a coisas externas a nós. Os empiristas, por sua vez, consideram que a experiência sensível é a fonte de todos os nossos conhecimentos. Em relação ao tema, considere a seguinte afirmativa:
“Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”.
(DESCARTES, R. Carta a Elizabeth de 21 de maio de 1743. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978)
Com base no que foi exposto acerca da oposição entre racionalismo e empirismo, responda: a frase de Descartes é mais representativa da posição racionalista ou da posição empirista? Justifique sua resposta, indicando o(s) elemento(s) da frase que a sustenta(m).

UFRJ 2008: O que significa filosofia?

Questão 1

“Filosofia” é uma palavra de origem grega. Ela é constituída pela reunião de duas outras palavras gregas: “philia” e “sophia”. O termo grego “philia” pode ser traduzido por “amizade”, “afeição”, “amor”. Já o termo “sophia” costuma ser traduzido por “sabedoria”. A partir dessas considerações:
a) indique o significado da palavra “filosofia”;
b) comente o sentido da atividade que ela designa.

link para gabarito UFRJ 2008

UFRJ 2009: Justiça, Platão


Questão 4

No trecho que segue, extraído da obra do filósofo Platão intitulada A República, o personagem Gláucon apresenta o que seria um discurso corrente sobre a justiça e a injustiça:
“Dizem que uma injustiça é por natureza um bem, e sofrê-la, um mal, mas que ser vítima de injustiça é um mal maior do que o bem que há em cometê-la. De maneira que, quando as pessoas praticam ou sofrem injustiças umas das outras, e provam de ambas, lhes parece vantajoso (...) chegar a um acordo mútuo, para não cometerem injustiças nem serem vítimas delas. Daí se originou o estabelecimento de leis e convenções entre elas e a designação de legal e justo para as prescrições da lei. Tal seria a gênese e essência da justiça, que se situa a meio caminho entre o maior bem – não pagar a pena das injustiças – e o maior mal – ser incapaz de se vingar de uma injustiça. (...) Aqui tens, ó Sócrates, qual é a natureza da justiça, e qual a sua origem, segundo é voz corrente”.
(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1987, p.55-56; 359a-b)
De acordo com a exposição de Gláucon, responda:
a) Agir em conformidade com as prescrições da lei é, segundo a mencionada “voz corrente”, um bem maior, menor ou igual ao que há em cometer uma injustiça impunemente?
b) Por que, do ponto de vista da mencionada “voz corrente”, a justiça não pareceria vantajosa caso ser vítima de uma injustiça sem poder dela se vingar fosse

UFRJ 2009: Kant

Questão 3
De acordo com o filósofo Immanuel Kant, o modo de pensar cético busca tornar incertos os nossos conhecimentos. No entanto, esse modo de pensar, ainda segundo Kant, não pode ser legitimamente generalizado, isto é, não pode justificar a afirmação de que tudo o que consideramos conhecimento é apenas aparência de conhecimento. Kant justifica assim tal impossibilidade: para dizer que tudo o que consideramos conhecimento é apenas aparência de conhecimento, o cético distingue entre aparência de conhecimento e conhecimento.
Isso revela, portanto, que ele possui um conhecimento que lhe serviu para efetuar tal distinção.
Com base no texto acima, responda:

a) Segundo Kant, de qual pressuposto depende a afirmação cética: “tudo o que consideramos conhecimento é apenas aparência de conhecimento”?
b) Supondo que a mencionada afirmação cética seja incorreta, é possível daí imediatamente concluir que não podemos nos enganar em matéria de conhecimento? Justifique sua resposta.

UFRJ 2009: Aristóteles, lógica

Questão 2
É comum, entre filósofos, admitir-se que toda tese filosófica deve estar apoiada em razões que a justifiquem, e que justificar uma tese é apresentar argumentos. Tais argumentos consistiriam em um discurso no qual, a partir de alguns itens supostos, outros itens resultam. Os itens supostos são chamados de premissas do argumento, e o que resulta é denominado sua conclusão. Alguns argumentos são chamados de argumentos dedutivos. Nesse tipo de argumento, dada a verdade das premissas, a conclusão necessariamente é verdadeira. Outros são chamados de argumentos
indutivos. Nesses, dada a verdade das premissas, a conclusão provavelmente é verdadeira.
Considere então os seguintes argumentos:

[A]
Todo animal é mortal
Todo homem é animal
Logo, todo homem é mortal
[B]
Todos os cisnes até hoje observados são brancos
Jojô é um cisne
Logo, Jojô é branco

Com base na explicação dada, identifique qual dos dois argumentos, A ou B, é um argumento dedutivo. Justifique sua resposta.

UFRJ 2009: Foucault

Questão 1

Considere a reprodução abaixo, do quadro do pintor René Magritte intitulado A Traição das Imagens:

A tradução para o português do texto presente no quadro é: “Isto não é um cachimbo”.
Acerca do quadro de Magritte, o filósofo Michel Foucault teceu as seguintes considerações:
“Ora, o que produz a estranheza dessa figura não é a ‘contradição’ entre a imagem e o texto. Por uma boa razão: não poderia haver contradição a não ser entre dois enunciados, ou no interior de um único e mesmo enunciado.Ora, vejo bem aqui que há apenas um, e que ele não poderia ser contraditório, pois o sujeito da proposição é um simples demonstrativo. Falso, então, porque seu ‘referente’ – muito visivelmente um cachimbo – não o verifica?Mas quem me dirá seriamente que este conjunto de traços entrecruzados, sobre o texto, é um cachimbo? Será preciso dizer: meu Deus, como tudo isto é bobo e simples; este enunciado é perfeitamente verdadeiro, pois é bem evidente que o desenho representando um cachimbo não é, ele próprio, um cachimbo? E, entretanto, existe um hábito de linguagem: o que é este desenho? É um bezerro, é um quadrado, é uma flor. Velho hábito que não é desprovido de fundamento: pois toda função de um desenho tão esquemático, tão escolar quanto este é a de se fazer reconhecer, de deixar aparecer sem equívoco nem hesitação aquilo que ele representa”.
(FOUCAULT, Michel. Isto não é um cachimbo. Trad. de Jorge Coli, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p.19-20)
Com base no texto de Foucault, apresente uma razão que justifique afirmar:
a) Que o texto presente no quadro de Magritte é um enunciado verdadeiro.
b) Que o texto presente no quadro de Magritte é um enunciado falso.