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domingo, 2 de janeiro de 2011

Prova e Gabarito - Filosofia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - 2009


Prova e Gabarito - Filosofia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - 2009  
CONHECIMENTO ESPECÍFICO

11. A demarcação da fronteira que limita a diferença entre mito e filosofia repousa, sobretudo, em qual dos aspectos mencionados abaixo?
a) A Filosofia trabalha sempre com conceitos claros e definidos com rigor, diferenciando-se do mito, cuja estrutura narrativa não guarda o mesmo compromisso com a verdade.
b) O mito é irracional, ao passo que a Filosofia é um saber racional e, portanto, livre de contradições. Nessa perspectiva, a Filosofia trabalha com conceitos demonstráveis de modo racional.
c) Embora mito e Filosofia sejam formas diferentes de tecer um discurso sobre problemas relativos à existência humana, essas formas de saber são, no essencial, próximas e indissociáveis.
d) A Filosofia evolui em suas concepções e caminha para um contínuo progresso em busca do conhecimento de si mesma, ao passo que o mito não apresenta sinais de evolução. Os mitos gregos permanecem os mesmos
e) A Filosofia é uma explicação que se compromete com a razão, ainda que recorra ao mito, em alguns casos, para tornar claros seus conceitos; ao passo que o mito, ainda que racional, não se ocupa em demonstrar as suas teses.


12. Qual das caracterizações abaixo está correta quanto à natureza da Filosofia?
a) A Filosofia trata de objetos absolutamente diferentes dos objetos da ciência e nunca recorre a dados empíricos em suas pesquisas. A filosofia é a priori.
b) Ao contrário da ciência, a filosofia não tem pretensão de objetividade e rigor, sendo, por isso, uma atividade mais humana.
c) A filosofia pode se constituir como uma epistemologia (meta-ciência) e fornecer as bases para se pensar uma fundamentação do conhecimento científico.
d) A filosofia não se configura como ciência por recorrer a argumentos que não podem ser traduzidos em termos lógicos e rigorosos como os científicos.
e) A ciência e a Filosofia são saberes distintos e, na maioria das vezes, incomunicáveis por tratarem de objetos diferentes e por requerem métodos essencialmente diferentes.


13. Sobre a filosofia platônica é correto afirmar:
a) Há uma distinção ontológica entre dois mundos: o inteligível e o sensível, para os quais se requerm ciências diferentes e incomunicáveis.
b) Há, pelo menos, três fases no pensamento de Platão, caracterizando-o como um saber aporético, mais preocupado em trazer problemas do que soluções.
c) Platão era muito reticente quanto aos sentidos, creditando a esses a origem de todos os nossos erros e, por conseguinte, proclamando que só o conhecimento que se esquiva das sensações é legítimo.
d) A filosofia de Platão recorre a mitos porque tem uma dificuldade estrutural de argumentar de forma racional e consistente sobre problemas relativos à morte.
e) A filosofia platônica influenciou de forma decisiva a filosofia escolástica, em particular, a obra de Guilherme de Okham e sua tese de economia epistêmica ou navalha de Okham.


14. A respeito da filosofia de Aristóteles, é correto afirmar:
a) A física está dissociada da metafísica por não levar em consideração a causa final, no que concerne à compreensão do movimento.
b) Aristóteles, contrariamente a Descartes, promove uma unificação do saber por meio de uma disciplina universal que englobaria todos os saberes: a metafísica.
c) Lógica e Ontologia em Aristóteles são dissociadas, porque intelecto e natureza correspondem a instâncias radicalmente distintas do ser.
d) Para a filosofia aristotélica, o problema do ser se resolve por uma análise do intelecto humano e de seus limites epistêmicos.
e) Para cada gênero de ser, é necessária uma ciência, definida sob a medida da ontologia desses gêneros.

15. Observe as afirmações sobre ceticismo e assinale a alternativa correta.
a) O ceticismo é sempre ingênuo, pois colocar tudo em dúvida e suspender as certezas já implica uma certeza: duvidamos e, por isso, existimos.
b) O ceticismo aventado por Hume afirma que não podemos ter conhecimento sobre a natureza e que só uma psicologia empírica poderia explicar o conhecimento, sobretudo, a partir da noção de hábito.
c) A filosofia de Berkeley é um esforço de se livrar das aporias da crença na materialidade do mundo. Essa crença desembocaria, segundo esse autor, no ceticismo.
d) O ceticismo é indubitavelmente um traço mais marcante da filosofia de Hume, sendo esse filósofo o maior cético da filosofia moderna por não acreditar em nenhuma forma de conhecimento segura.
e) Toda forma de ceticismo se constitui como uma luta contra posições ideológicas e dogmáticas.

16. Com a seguinte frase: não se aprende filosofia, aprende-se a filosofar, Kant afirma que:
a) Para o aprendizado da filosofia, não é necessária uma análise da história da filosofia, mas se deve levar em consideração apenas a atitude crítica frente ao mundo.
b) A forma de filosofia mais válida e que convém cultivar é a que se refere às questões humanas, em particular, às questões relativas à moral.
c) A filosofia é um ato de amor e não requer um estudo teórico, desde que se tenha uma disposição afetiva às questões mais originais do ser.
d) A filosofia tem, entre outras coisas, uma dimensão prática, pois ela pode contribuir para a educação do cidadão e preparar o terreno para a constituição do reino dos fins.
e) Para a educação filosófica, pode-se dispensar o ensino das ciências, visto que a Filosofia, diferentemente das ciências, ocupa-se apenas em dotar os homens de atitude crítica face às questões não propriamente científicas.

17. Tomando como base a epistemologia, analise as afirmativas abaixo e assinale a correta.
a) A epistemologia começa com Platão que pensa os limites do conhecimento sem recorrer à discussão sobre a natureza do ser e dos objetos da ciência.
b) A epistemologia é uma teoria do conhecimento científico e empírico, diferenciando-se desses últimos por não recorrer à experiência.
c) A epistemologia naturalizada atenua os limites entre epistemologia e ciência, propondo uma aproximação entre psicologia e epistemologia.
d) A filosofia cartesiana configura-se como uma epistemologia que rejeita a intervenção da experiência no que diz respeito à constituição do conhecimento.
e) Para Kant o conhecimento prático diferencia-se do conhecimento teórico, porque só nele é possível pensar uma metafísica da experiência.

18. Analise as afirmativas a seguir sobre o Círculo de Viena e assinale a correta.
a) O projeto de fundamentação do conhecimento deve recorrer à nova metafísica, caracterizada pelo uso do método matemático.
b) O projeto do Círculo de Viena diferencia-se do projeto da Filosofia Moderna por procurar estabelecer uma ciência unificada, notadamente, assentada no fisicalismo.
c) O conhecimento científico é tomado como o único conhecimento verdadeiro por fincar-se em bases lógicas e irrevisáveis.
d) O sentido de uma proposição científica é o seu método de verificação, de sorte que as proposições científicas são testáveis empiricamente.
e) O Círculo de Viena está em consonância com Kant por sustentar que a metafísica não produz certezas, uma vez que ela não se apóia em juízos sintéticos a priori.

19. A respeito do projeto logicista e da compreensão da Matemática, é correto afirmar:
a) A tentativa de Frege de fundamentar a aritmética na lógica falhou, conforme atestaram as observações de Russell.
b) Para Wittgenstein as proposições da Matemática e da lógica eram tautológicas e, por isso, não poderiam servir de base para a ciência.
c) Russell reformula o projeto de Frege, tentando fundamentar ao invés da geometria, a aritmética por meio da lógica.
d) Lógica e Matemática expressariam os limites do mundo para Wittgenstein, por se constituírem como a linguagem científica.
e) O projeto logicista tem sua raiz na filosofia de Platão e Leibniz que pretendiam fundamentar a Matemática na lógica.

20. Tomando como base a lógica formal e o método dialético, é correto afirmar:
a) A lógica formal é considerada irrevisável mesmo por filósofos próximos ao naturalismo como Quine.
b) A dialética constitui-se como um método para a metafísica na filosofia de Hegel por ser mais rigorosa que o método matemático.
c) Pode-se sugerir como solução para o paradoxo do mentiroso a proibição à auto-referência.
d) O termo dialético está presente de forma abundante na filosofia de Hegel e designa, sobretudo, uma crítica à filosofia de Kant.
e) A formalização da linguagem natural é limitada porque não se pode formalizar proposições que envolvem o tempo.

21. Considerando a relação entre Filosofia e Ciência, assinale a alternativa correta.
a) A revolução científica no século XVII tem como sua principal característica o recurso ao experimentalismo, a despeito da aplicação da Matemática à Física, já feita, por exemplo, por Arquimenides.
b) A crítica à técnica, realizada por Heidegger, tenciona desqualificar o discurso científico por esse se apoiar na quantificação dos objetos do mundo e não se instituir como uma metafísica.
c) A ciência diferencia-se da Filosofia, porque suas proposições podem sempre ser testáveis e, por conseguinte, refutáveis.
d) O conhecimento filosófico é menos rigoroso que o conhecimento científico e, por isso, não pode ser passível de refutação.
e) Para filósofos naturalistas como Quine, e neo-kantianos como Cassirer, a diferença da Filosofia para a ciência seria apenas de grau e não de gênero.

22. Sobre o empirismo é correto afirmar:
a) As filosofias empiristas de Hobbes, Locke e Hume negam a existência de idéias inatas.
b) O empirismo de Hobbes, Locke e Hume nega que exista conhecimento que não se derive da experiência.
c) O empirismo se constitui como um ataque à metafísica e à idéia de que se pode provar a existência de Deus.
d) Hume concorda com Berkeley no que concerne à negação da materialidade do mundo.
e) O empirismo contemporâneo de Fraassen afirma que menos importante é o fato de todos os elementos da teoria existirem que a adequação dela ao experimento.

23. Considerando o empirismo de Locke, é certo afirmar:
a) Locke realiza, segundo Kant, uma fisiologia do entendimento, mostrando a gênese empírica de cada ideia.
b) Para Locke, a substância nominal corresponde, em última análise, à essência das coisas.
c) A mente é uma tábula rasa e idéias como Deus não podem ser provadas.
d) Para Locke, o conhecimento da experiência nos permite compreender a constituição elementar dos objetos.
e) A relação de causa e efeito é própria à natureza e, por isso, ela pode ser percebida e apreendida pela experiência.

24. Sobre as filosofias de Hegel e Marx, é correto afirmar:
a) A dialética transcreve, sobretudo, na Fenomenologia do Espírito de Hegel a busca da consciência pela consciência de si e, em seguida, na Lógica, o desenvolvimento do espírito absoluto que se expressa na arte, religião e na filosofia.
b)A crítica de Marx à filosofia de Hegel aponta para uma re-compreensão total da dialética, por lhe retirar o caráter racional e lhe instituir um viés materialista, bem como anti-metafísico.
c) A dialética em Marx transcreve um projeto diferente do hegeliano, centrada na luta de classes, e, portanto, livre daquilo que Heidegger designou como tradição onto-teo-lógica.
d) Segundo Castoriadis, Marx, ainda que não tenha sido influenciado pela idéia de evolução social, de cunho darwinista, ele seria partidário da idéia de que a sociedade feudal estava aquém dos avanços da burguesia.
e) A filosofia de Marx extirpa definitivamente a metafísica da Filosofia, por apresentar uma dimensão materialista para o desenvolvimento da história, que não recorre à metafísica.

25. A respeito do positivismo lógico, é correto afirmar:
a) O livro A construção Lógica do Mundo de Carnap contém um sistema constitutivo de conceitos empíricos cujas definições recorreram à teoria dos conjuntos.
b) A Filosofia é uma teoria cujo objeto é a análise lógica e hermenêutica da linguagem.
c) O nosso conhecimento do mundo é empírico, analítico e funda-se em juízos sintéticos a priori, podendo, em última análise, serem traduzidos em termos lógicos.
d) A estrutura lógica das proposições da ciência seria transcrita por juízos sintéticos a priori.
e) As frases da lógica e da matemática são bem construídas e informam sobre a estrutura do mundo.

26. Sobre o existencialismo, é correto afirmar:
a) A filosofia de Heidegger era existencialista, por se centrar na compreensão hermenêutica e fenomenológica do sentido da existência na sua dimensão ôntica. Com Heidegger o existencialismo encontra seu maior representante.
b) Em seu texto: O Existencialismo é Humanismo, Sartre crítica o marxismo na medida em que acentua o papel da filosofia heideggeriana no que diz respeito à questão do ser.
c) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger mostra a importância e a necessidade de se pautar o comportamento humano sobre a noção ética de bem, ainda que ele ressalte que esse comprometimento ético não corresponde ao humanismo de Sartre.
d) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger tece críticas ao imperativo categórico kantiano pelo caráter abstrato desse último. Essa recorrência à ética kantiana caracteriza o projeto humanista.
e) O conceito de angústia de Heidegger não designa um mal-estar psicológico, mas revela a dimensão da finitude da existência e, por conseguinte, o modo próprio do ser que eu mesmo sou (ser-aí).

27. Analisando a fenomenologia de Husserl, está correto afirmar que:
a) A fenomenologia resgata o psicologismo do final do século XIX, no intuito de apresentar a consciência como epicentro na construção do conhecimento.
b) Segundo Husserl, a fenomenologia é sinônimo de fenomenismo no sentido de que tudo que existe é apenas um fenômeno da consciência e se resolve nela por meio da construção de esquemas.
c) A tarefa da fenomenologia é investigar, sobretudo, a significação das vivências da consciência, levando em consideração o conceito de intencionalidade.
d) A epoqué proposta por Husserl visa à suspensão do conhecimento para resgatar nos objetos da consciência a coisa-em-si e os esquemas que permitem a construção da objetividade do objeto.
e) O problema levantado pelo conceito de epoqué é análogo ao aventado por Descartes na Primeira Meditação, visto que ela é o primeiro passo para demonstrar a existência do mundo.

28. A respeito do contratualismo, quais das alternativas abaixo é correta ?
a) A crítica de Hegel aos contratualistas passa pelo fato desses filósofos não traçarem a distinção entre sociedade civil e Estado.
b) O estado de natureza para Hobbes e Locke é sempre um estado de guerra e revela a natureza humana, sobretudo, no que diz respeito ao instinto de conservação.
c) O estado de natureza revela em Rousseau um estado sem conflitos e, por conseguinte, nele é possível ver a maior característica do homem: a bondade.
d) O estado é fundado em Hobbes por um cálculo racional por meio do qual o homem abdica de sua liberdade para que seja possível suplantar sua natureza egoísta.
e) A divisão entre o poder da Igreja e do Estado ganha força em Locke, porque o Estado, para ser democrático e, portanto, legítimo, precisa ser laico.

29. Há, pelo menos, um ponto em comum entre as teorias contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau indicado numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) O Estado é a melhor maneira de dirimir os conflitos sociais e a democracia consiste na melhor forma de governo porque permite que todos os atores sociais participem do governo.
b) Para Rousseau, a democracia é o melhor sistema para grandes países, pois seu sistema representativo permite que os cidadãos tenham contato direto com seus representantes.
c) O soberano tem autonomia, segundo Rousseau, para agir à margem da lei, desde que se trate de uma questão importante para a maioria da população.
d) O pacto social para Hobbes legitima a liberdade natural e faz com que os homens possam desfrutar ao máximo a liberdade sem serem coagidos por outro indivíduo.
e) O medo que rege as ações humanas, segundo Hobbes, no estado de natureza não é extenuado ou elidido na sociedade de contrato. A natureza do homem permanece a mesma.

30. Considerando a constituição da sociedade de contrato, é correto afirmar, sobre as filosofias de Hobbes, Locke e Rousseau, qual das idéias abaixo ?
a) Os pensamentos de Hobbes e Locke têm como elemento em comum a defesa irrestrita ao direito à propriedade.
O contrato seria a celebração desse direito por meio da redistribuição das propriedades.
b) A liberdade é tomada por Rousseau como a própria essência do homem, o que torna impossível sua negociação, sob pena de deixarmos de ser humanos.
c) Segundo Rousseau, o Estado reúne os indivíduos sob a égide do pacto. Contudo, o pacto é celebrado, no seu início, por meio de uma unanimidade, ou seja, vontade geral.
d) Para Locke, a negação do postulado aristotélico de que os homens são naturalmente sociáveis implica a assimilação de um egoísmo nato e, por conseguinte, a necessidade do Estado.
e) O direito à propriedade aparece em Locke como epicentro da constituição do Estado e único ponto que explica sua fundação.

31. Apresentam-se abaixo afirmações a respeito da moral, na filosofia kantiana. Assinale a correta.
a) Agir por dever é agir conforme a lei moral por respeito (sentimento puro).
b) A forma lógica do imperativo moral é hipotética.
c) Deus e alma são realidades ontológicas necessária apenas no âmbito prático.
d) Uma ação por interesse pode ser moral, desde que ela vise ao bem-comum.
e) Para Kant, a lei moral e a lei jurídica têm o mesmo conteúdo e a mesma forma.

32. Sobre o direito, em Kant, é certo afirmar que
a) a vontade jurídica é heterônoma.
b) a justiça é um conceito moral aplicado ao direito.
c) o direito corresponde à relação interior prática de uma pessoa com outra.
d) a Doutrina do Direito tem uma estrutura metodológica similar à Crítica da Razão Prática e está, pois, em consonância com o projeto crítico.
e) a pena de morte é inaceitável na doutrina kantiana do direito, porque fere o direito fundamental à vida.

33. A análise do direito, em Hegel, permite afirmar corretamente:
a) O direito é sempre social, ao passo que o estado de natureza é ausência de qualquer forma, ainda que embrionária, de sociedade.
b) Na sociedade civil, o homem pode esgotar as possibilidades da vida racional, diferentemente do estado de natureza.
c) A racionalidade do Estado está na harmonia dos interesses privados de cada membro que o compõe.
d) A eticidade é a plena realização do espírito objetivo, sendo constituída por família e sociedade civil ou, para Hegel é o mesmo, Estado.
e) A justiça existe enquanto é realização do interesse subjetivo de cada cidadão.

34. Tomando como base as teorias contemporâneas do direito, é correto afirmar que
a) Para Hart, o âmbito de aplicação da lei é sempre uma questão positiva referente ao conhecimento perfeito da norma.
b) Hart tece uma crítica à idéia, recorrente no direito e presente em diversos filósofos, de bem público.
c) Para o liberalismo de Rawls, as condições sociais não são necessárias para que as transações entre os indivíduos sejam eqüitativas.
d) Rawls retoma a crítica de Hegel ao contratualismo, sustentando que o objeto primeiro da justiça é a estrutura básica da sociedade.
e) A teoria do agir comunicativo de Habermas não retoma às discussões de Austin sobre os atos de fala, e detém um viés, sobretudo, sociológico.

35. A respeito da filosofia do direito de Hegel é certo afirmar:
a) O Estado é a substância ética consciente de si, a união dos indivíduos e da família pela lei instituída democraticamente.
b) A essência do Estado é o universal em si e para si, o racional da vontade.
c) A constituição é a articulação das vontades subjetivas livres que determinam as leis contratuais.
d) Hegel defende que os contratualistas têm razão, ao menos no seguinte aspecto: todos são iguais por natureza.
e) Só na sociedade civil é que o homem pode conduzir sua vida pela razão.

36. Sobre o pensamento político de Maquiavel pode-se afirmar:
a) Maquiavel reconhece, nem sempre claramente, os limites do conceito de bem e, por isso, não tenta reduzir o conhecimento político ao escopo de uma metafísica.
b) A harmonia ou a vida social sem conflito deve ser o fim da política, sob pena de condená-la ao âmbito do improfícuo.
c) A virtù designa o elemento central para a manutenção da ordem civil, pois ela transcreve a ação arbitrária do Estado contra os indivíduos.
d) Para Maquiavel, o Estado republicano, por ser o Estado ideal, poderia prescindir da coação.
e) Para Maquiavel, a legitimidade do príncipe é irrestrita pelo fato do seu poder emanar de Deus.

37. O problema da liberdade e do determinismo foi central na filosofia medieval que tentava conciliar livre-arbítrio e onipotência divina. Sobre isso, analise as proposições seguintes e assinale a correta.
a) Para Santo Agostinho, o mal tem uma realidade própria e refere-se ao aspecto sensível do homem.
b) Para Santo Agostinho, os maniqueístas tinham uma certa razão, pois ainda que o mau não tivesse uma realidade ontológica própria, ele revela-se na natureza do homem como um dos seus constituintes.
c) Para São Tomás, a onipotência divina só faz sentido lógico porque Deus está fora do tempo, ao passo que nossas ações estão no tempo.
d) Deus não poderia, segundo São Tomás, mudar o curso de tudo, pois por um ato de vontade ele criou o universo em conformidade com os arquétipos matemáticos.
e) Para São Tomás, as coisas e os homens têm um fim predeterminado e inexorável: o bem.

38. Sobre a crítica de Nietzsche à moral, é correto afirmar que:
a) O cristianismo é a origem do conceito de bem em si e, por isso Nietzsche defere uma crítica mordaz a essa doutrina religiosa.
b) O projeto de Nietzsche de traçar uma genealogia da moral encontra eco em Foucault na arqueologia do saber. Nietzsche diferencia-se de Foucault por acreditar que é possível um fato moral.
c) Para Nietzsche, não existem fatos morais, mas interpretações sobre a moral, cuja estrutura se remete à essência do homem.
d) A transvaloração dos valores é um projeto de rompimento com a moral tradicional, cujo ponto central é a crítica a todos os valores ocidentais.
e) Ao contrário do cristianismo, a filosofia de Platão traz elementos importantes para a definição do conceito de bem e nela se pode vislumbrar a moral que Nietzsche procurava.

39. No que concerne à arte na filosofia de Hegel, é correto afirmar que:
a) Contrariando a tradição grega, para Hegel a comédia é o lugar próprio da representação artística.
b) O belo artístico é a imitação perfeita do sublime natural, e o artista aproxima-se do absoluto quando realiza bem essa imitação ou mimeses.
c) A arte é obra do livre-arbítrio e o artista, um mestre de Deus, desse modo a arte é divina.
d) A arte é o segundo momento do espírito na busca do conhecimento de si mesmo, sendo antecipada pela religião.
e) A arquitetura é a forma de arte mais desenvolvida para Hegel, por ser fruto do livre arbítrio, sendo menos dependente dos sentidos do que a música.

40. Tomando como base as funções da arte, é correto afirmar que:
a) Para Hegel, a arte tem como função primordial promover o desenvolvimento do espírito por meio da imitação da história.
b) Para Adorno, a arte do ligeiro e do agradável sempre foi marcada pela massificação e ilusão.
c) O conceito de fetichismo musical de Adorno pode se deduzir de aspectos psicológicos.
d) O conceito de fetichismo da música tem sua raiz na releitura que Adorno imprime à teoria marxista da mercadoria.
e) Hegel e Adorno compartilham com a tese de que a arte ganha seu sentido mais pleno na música.

GABARITO:
11-E
12-C
13-B
14-E
15-C
16-D
17-C
18-D
19-A
20-C
21-E
22-E
23-A
24-A
25-A
26-E
27-C
28-A
29-E
30-B
31-A
32-A
33-A
34-B
35-B
36-A
37-C
38-D
39-C
40-D

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