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domingo, 2 de janeiro de 2011

Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Administração - Estado do Tocantins - Fundação Cesgranrio - 2009


Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Administração - Estado do Tocantins - Fundação Cesgranrio - 2009  
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

21 - A palavra filosofia possui, no senso comum, significados como: "a filosofia de vida da vovó", "a filosofia hindu" ou "a filosofia do novo técnico de futebol." "Mas, é preciso estar ciente de que a disciplina acadêmica que se intitula "filosofia" usa essa palavra num sentido estrito".
IGLÉSIAS, Maura. O que é filosofia e para que serve?, in: REZENDE, A. Curso de Filosofia, RJ: Zahar Editor, 1986, p.12.
Assinale a opção na qual todos os itens apresentados estão associados ao significado abordado por Maura Iglésias.
(A) Saber de direção; saber das coisas e dos princípios fundamentais; saber da experiência; saber técnico e científico; saber fazer.
(B) Saber de direção; questionamentos; saber de todas as coisas; saber crítico e reflexivo; saber dos princípios fundamentais.
(C) Saber de todas as coisas; saber das coisas fundamentais; saber científico e técnico; saber da experiência; saber inútil.
(D) Saber de todas as coisas; sistematização de pensamentos; saber acrítico; saber das coisas fundamentais; saber técnico.
(E) Questionamentos; saber reflexivo e crítico; ciência de todas as coisas; saber de direção; saber da experiência.

22 - "Todo mundo sabe que os bebês possuem essa capacidade. Depois de alguns meses na barriga da mãe, eles são empurrados para uma realidade completamente diferente. Mas depois, quando crescem, parece que esta capacidade vai desaparecendo. Como se explica isso?"
GAARDNER, Jostein. O mundo de Sofia, SP: Cia. das Letras, 1995, p. 27.
Gaardner fala da "única coisa de que precisamos para nos tornar bons filósofos", ou seja, da capacidade humana de
(A) espantar-se com o mundo.
(B) estudar a história da filosofia.
(C) criticar as diferentes teorias filosóficas.
(D) refletir sobre a ciência e o conhecimento.
(E) entender os princípios da ética e da moral.

23 - Três professores de Filosofia - Lucas, Márcia e Antônio - fizeram um curso de formação continuada, promovido pela Secretaria Estadual de Educação, sobre uma importante teoria filosófica. Após o curso, os professores fizeram os seguintes comentários:
Lucas - As formas existem independentes de nossas mentes. Tanto é assim, que chegamos ao mundo, ao nascermos, e vamos embora, ao morrermos, e as formas continuam aqui independentes de nós.
Márcia - Se for assim, as formas existem de forma perfeita e estática num outro mundo. Por isso, podemos reconhecer o mundo que habitamos em suas contínuas transformações.
Antônio - Então, existem dois mundos? O mundo das formas e o mundo das aparências? Eu não entendo como esta teoria explica a relação de um mundo com o outro.
De acordo com a conversa acima, conclui-se que
(A) a Secretaria promoveu um curso sobre a teoria das ideias de Platão.
(B) os professores fizeram um curso sobre o empirismo de Hume.
(C) os professores conversam sobre o existencialismo humanista de Sartre.
(D) Márcia compreendeu a moderna teoria das transformações sociais.
(E) Lucas não entendeu a teoria aristotélica sobre experiência e conhecimento.

24 - Clara é uma professora de Filosofia que procura articular a produção cultural contemporânea e as grandes teorias filosóficas. Para sua próxima aula, ela levará uma foto de um grafite urbano e uma letra de samba. O grafite apresenta um desenho de caveira com a seguinte pergunta: "Para que o medo, se o futuro é a morte?". Do samba "Preciso me encontrar", de Antônio Candeia, ela separou os versos a seguir.
"Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Só volto quando eu me encontrar
Depois, que eu me encontrar"
Tendo em vista a seleção de materiais da professora, conclui-se que ela discutirá o
(A) niilismo, de Nietzsche.
(B) existencialismo, de Sartre.
(C) formalismo, de Wittgenstein.
(D) pessimismo, de Schopenhauer.
(E) humanismo metafísico, de Spinoza.

25 - Na História da Filosofia, várias foram as tentativas de listar os pensadores mais importantes e suas ideias fundamentais. A seguir, são apresentados cinco grandes filósofos, da antiguidade clássica, do medievo e da modernidade. Relacione a coluna dos filósofos com a que apresenta ideias sobre educação, conhecimento e processos de socialização.
I - Sócrates
II - Santo Agostinho
III - René Descartes
IV - Karl Marx
(P) Não há nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos.
(Q) Se duvido, penso e se penso, logo existo.
(R) Todas as coisas são boas, e o mal é ausência do bem.
(S) Os filósofos pensaram o mundo, mas importa transformá-lo.
(T) Só sei que nada sei.
A relação correta é:
(A) I - P ; II - R ; III - S ; IV - Q
(B) I - P ; II - S ; III - T ; IV - R
(C) I - S ; II - P ; III - Q ; IV - R
(D) I - T ; II - P ; III - R ; IV - S
(E) I - T ; II - R ; III - Q ; IV - S

26 - Ao fim da aula de Filosofia, três estudantes travam o seguinte diálogo:
Ana - Não entendi nada desse negócio do "céu estrelado sobre minha cabeça e a lei moral dentro de mim".
Carlos - A lei moral tem a ver com as regras que alguém se impõe, desejando que todos façam o mesmo. Por isso, o professor falou do universalismo moral.
Rodrigo - Universalismo moral? Eu entendi que impor leis a si próprio era o tal do imperativo categórico.
Ana - Sem dúvida, teremos que voltar a estas questões com o professor para entender melhor.
Ana, Carlos e Rodrigo acabaram de estudar
(A) a deontologia, de Kant.
(B) o utilitarismo, de Stuart Mill.
(C) o romantismo moral, de Kierkegaard.
(D) as concepções éticas, de Aristóteles.
(E) os aforismos ético-morais, de Nietzsche.

27 - Um professor prepara uma aula com o uso do texto abaixo.
"A razão é a descoberta da verdade ou da falsidade. A verdade e a falsidade consistem na concordância ou discordância com as relações reais das ideias, ou com a existência real das coisas. Portanto, tudo que não seja suscetível a essa concordância ou discordância é incapaz de ser verdadeiro ou falso e nunca pode ser objeto de nossa razão. Ora, é evidente que nossas paixões, volições e ações não são sujeitas a nenhum acordo ou desacordo desse tipo. É impossível, por conseguinte, declará-las verdadeiras ou falsas, contrárias ou conformes à razão."
HUME, David. Tratado sobre a natureza humana (Fragmento)
Em seguida, apresentará estas questões:
- Qual a distinção, segundo Hume, entre verdadeiro e falso?
- Por que, para Hume, não é possível definir a maneira legítima de agir a partir da noção de verdade?
- De quais aspectos da natureza humana Hume está tratando?
Com base no texto e nas perguntas para debate, conclui-se que a unidade temática a ser estudada é
(A) empirismo e cientificismo.
(B) racionalismo e liberalismo.
(C) racionalismo e moralidade.
(D) liberalismo e epistemologia.
(E) existencialismo e moralidade.

28 - Na História da Filosofia, justiça sempre significou mais do que acordos legais celebrados em uma sociedade ou um dos poderes do sistema democrático. Neste sentido, em uma aula sobre ética, o professor deve estar atento à(s)
(A) diferenciação entre o que é judicialmente legal e o que é moralmente legítimo.
(B) distinções e às funções dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
(C) diferentes teorias sobre o contrato social, presentes na história e no cotidiano.
(D) teorias liberais, contratualistas, igualitaristas e discursivas sobre as leis e o direito.
(E) percepções dos estudantes sobre pecado e delito, dos pontos-de-vista religioso e jurídico.

29 - Para explicar um aspecto central da epistemologia moderna, o professor organiza um jogo, no qual os estudantes devem completar a letra da música "Diariamente", de Nando Reis e Marisa Monte. De um lado, ele coloca alguns versos da música relacionados ao cotidiano dos estudantes e de outro, seus possíveis complementos.
Para difíceis contas: ....
Para lápis ter ponta: ...
Para o Adidas: ...
Para todas as coisas: ...
Para brincar na gangorra: ...
Para apagar a lousa: ...
Para letra torta: ...
Para levar na escola: ...
... pauta.
... dicionário.
... calculadora.
... condução.
... apagador.
... dois.
... apontador.
... o Conga nacional.
Examinando o jogo elaborado pelo professor, conclui-se que ele está enfocando
(A) análise literária.
(B) objetividade científica.
(C) utilitarismo cotidiano.
(D) raciocínio lógico.
(E) relativismo epistemológico.

30 - "Ninguém aqui é freira e nós não estamos em um convento. E não me consta que num convento também não tenha brigas."
Luiz Inácio Lula da Silva, 13 abr. 2009, Declaração feita na cerimônia de assinatura do Pacto dos Três Poderes, disponível em: www.tvi.com.br.
A declaração do Presidente demonstra uma concepção sobre a política como
(A) ciência do poder e dos meios de exercê-lo, segundo a definição de Maquiavel.
(B) poder dos argumentos num diálogo racionável, conforme Habermas.
(C) construção da cidade e do poder comum, na definição aristotélica.
(D) felicidade possível para o maior número de cidadãos, de acordo com John Stuart Mill.
(E) espaço da divergência e dos confrontos públicos de poderes, numa definição marxista.

31 - "A cidadania é primordialmente uma relação política entre um indivíduo e uma comunidade política, em virtude da qual o indivíduo é membro de pleno direito dessa comunidade e a ela deve lealdade permanente. O estatuto de cidadão é, em consequência, o reconhecimento oficial da integração do indivíduo na comunidade política, comunidade que, desde as origens da era moderna, adquire a forma de Estado nacional de direito".
CORTINA, Adela. Cidadãos do Mundo, SP: Loyola, 2005, p. 31.
O trecho acima representa uma tentativa de definir a cidadania política. A partir das ideias da filósofa, afirma-se que
(A) cultura, política e cidadania constituem um Estado nacional.
(B) vínculo político é o que constitui a identidade do cidadão.
(C) identidade cidadã é dada pelo Estado democrático.
(D) cidadania política é uma das marcas do medievo.
(E) lealdade política configura o cidadão moderno.

32 - A análise da linguagem é uma das mais importantes tendências contemporâneas no campo filosófico. Sobre ela, considere as afirmativas abaixo.
I - A linguagem é um sistema de signos convencionais que pretende representar a realidade e que é usada na comunicação humana.
II - A linguagem, enquanto estrutura lógica, formal e abstrata, subjaz a todas as línguas empíricas e concretas (português, espanhol, francês etc.).
III - Todos os seres capazes de se comunicar são interlocutores válidos, que devem ser levados em conta num diálogo sobre normas que os afetam.
IV - Pretendem ter validade as normas que encontram aceitação por parte de todos os afetados como participantes de um discurso prático.
Sobre as afirmações, conclui-se que a
(A) II está dissociada ao campo da filosofia da linguagem, pois se refere a temas de tradução e linguística.
(B) IV é destoante do conjunto, pois se refere à ética aplicada e não à filosofia da linguagem.
(C) I e a II estão relacionadas à filosofia analítica, e a III e a IV, à ética do discurso.
(D) I e a II se referem à linguística aplicada, e a III e a IV, à teoria da reflexão comunicativa.
(E) I e a III se referem à pragmática linguística de Wittgenstein, e a II e a IV, à ética habermasiana.

33 - Ludwig Wittgenstein influenciou decisivamente a Filosofia da Linguagem contemporânea, também identificada como Filosofia Analítica. Da obra "Tratado lógico-filosófico", uma das afirmações mais célebres é: "Sobre aquilo de que não se pode falar, devemos calar". Sobre tal argumento, está INCORRETO concluir que
(A) a análise da linguagem é a mais eficiente para resolver os problemas filosóficos.
(B) a tarefa da Filosofia consiste mais em construir teorias metafísicas do que em elaborar métodos de análise.
(C) o problema da Filosofia tem sido o desconhecimento das regras ocultas nos jogos de linguagem.
(D) as proposições da metafísica, da estética, da religião e da ética representam absurdos lógicos.
(E) os problemas filosóficos não são necessariamente falsos, mas, em grande parte, são desprovidos de significado lógico e linguístico.

34 - "Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão? Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras. (...) Este alguém estaria começando a adotar o que chamamos atitude filosófica."
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, SP: Ática, 2000, pp.11-12.
Marilena Chauí comenta uma das principais habilidades a serem desenvolvidas no ensino de Filosofia, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que é
(A) ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas.
(B) ler, de maneira significativa, os textos clássicos da Filosofia.
(C) questionar os diferentes saberes dominantes no mundo.
(D) articular diferentes modos discursivos nas ciências e nas artes.
(E) contextualizar os conhecimentos filosóficos.

35 - "Suponhamos então que a mente seja, como dizemos, um papel branco desprovido de todos os caracteres; sem quaisquer ideias. Como é que ela chega a ser preenchida? (...) De onde ela obtém todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo em uma palavra: da experiência, na qual todo nosso conhecimento está fundado e da qual em última análise se deriva".
As concepções expostas no trecho acima correspondem à(ao)
(A) crítica da razão pura, de Immanuel Kant.
(B) livre arbítrio, de São Tomás de Aquino.
(C) racionalismo, de René Descartes.
(D) empirismo, de John Locke.
(E) inatismo, de Platão.

36 - Assinale a opção que NÃO corresponde à Teoria do Conhecimento, proposta por René Descartes.
(A) Alguém que busque o progresso da ciência só deve aceitar como verdade aquilo que aparecer em sua mente como algo claro e distinto.
(B) Os sentidos não são fontes confiáveis de conhecimento, pois se eles nos enganam uma só vez, então é possível que eles nos enganem sempre.
(C) O ser humano não possui ideias inatas, pois todo o seu conhecimento é construído a partir das experiências e da capacidade humana de imaginar.
(D) O método científico deve buscar a verdade como ponto seguro, duvidando de todas as nossas falsas certezas e adotando a própria dúvida como método.
(E) Na busca por um princípio fundamental, posso duvidar de tudo, menos do fato de que estou duvidando; e se duvido, penso; e se penso, logo existo.

37 - "Perguntaram, certa vez, a um filósofo: "Para que serve a Filosofia?" Ele pensou durante um longo tempo e aparentando não saber a resposta continuou calado. Aquele que perguntava insistiu: "Vamos! Responda logo!". Então, o filósofo respondeu: "Para não darmos nossa aceitação ou negação imediata às coisas, sem maiores considerações". O apressado que interrogava foi embora calado".
CARRIÈRE, Jean-Claude. Contos filosóficos do mundo inteiro, SP: Ediouro, 2008.
Em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e com a Proposta Curricular do Ensino Médio do Estado do Tocantins, o conto apresenta, como um dos grandes desafios para o ensino de Filosofia, a(o)
(A) inutilidade da Filosofia para a educação escolar.
(B) falta de sentido prático da Filosofia no mundo atual.
(C) justificativa da disciplina diante das avaliações do vestibular.
(D) defesa da Filosofia para o ensino em áreas técnicas e científicas.
(E) valor da utilidade como único critério de avaliação das ciências.

38 - A influência dos grandes pensadores na teoria educacional e nas práticas pedagógicas tem sido fundamental. A obra "Emílio" ou "Da Educação", de Jean-Jacques Rousseau, tornou-se um marco do pensamento pedagógico iluminista. Identifique a ideia central desta obra.
(A) Não há nada no pensamento que não tenha passado antes pela experiência.
(B) A deliberação ética deve estar baseada no diálogo simétrico entre interlocutores válidos.
(C) A virtude é fruto do hábito, do ensino condicionante e das disposições inatas.
(D) Só sei que nada sei, pois o importante é reconhecer a sua própria ignorância.
(E) O homem nasce naturalmente bom, sendo degenerado pelo ambiente social.

40 - "Toda realidade é e pode ser. Assim, deve passar por uma transformação progressiva no sentido da plena realização. Trata-se do caminho da manifestação do que estava oculto, do desenvolvimento de uma determinada unidade que revela uma segunda forma, mostrando, então, a sua total capacidade".
O trecho acima indica uma maneira de conhecer o mundo, identificada como
(A) a teoria de ato e potência, de Aristóteles.
(B) a teoria da ação comunicativa, de Jünger Habermas.
(C) o tratado sobre a natureza humana, de David Hume.
(D) as diferenciações entre o bem e o mal, de Friiedrich Nietzsche.
(E) os jogos de linguagem, de Ludwig Wittgenstein.

41 - "A Filosofia no currículo deve constituir-se como elemento articulador dos saberes fragmentados (...). Nesta perspectiva a Filosofia configura-se como fio que sustenta as pedras de um colar". (Proposta Curricular do Ensino Médio do Estado do Tocantins). Com base nessa citação, reconhece-se que Filosofia e Educação estão profundamente ligadas porque a primeira
(A) executa abstratamente os princípios idealizados pela segunda.
(B) define os princípios que serão ensinados por meio da segunda.
(C) conceitualiza Pedagogia, enquanto a segunda é um devaneio docente.
(D) atua sobre a realidade, e a segunda questiona a prática pedagógica escolar.
(E) nega o senso comum, e a segunda nega as práticas sociais dominantes.

43 - "O educador, com efeito, estudando e resolvendo os problemas da prática educacional, obedecerá às regras do método científico (...) observando com inteligência e precisão, registrando essas observações, descrevendo os procedimentos seguidos e os resultados obtidos, para que possam ser apreciados por outrem e repetidos, confirmados ou negados, de modo que a sua própria prática se faça também pesquisa e os resultados se acumulem e multipliquem".
TEIXEIRA, Anísio. Ciência e a arte de educar, in: Educação e Ciências Sociais. v. 2, no 5, ago. 1957. p. 12.
A partir da afirmação do filósofo da educação brasileira, conclui-se que a(o)
(A) educação deve investir em conhecimento da matéria e em metodologia artística, a fim de obter um melhor aprimoramento do desempenho pessoal de cada professor.
(B) educação, enquanto uma arte material, precisa ter mais metodologia científica, a fim de se comparar à Medicina e à Engenharia e obter o mesmo reconhecimento social.
(C) educação só alcançará algum avanço científico quando as ciências fontes - Filosofia, Sociologia, Psicologia e Antropologia - das quais ela depende conseguirem efetivar os seus próprios avanços.
(D) método científico ajudará a educação a se tornar mais intuitiva, acidental e empírica, valorizando o estilo pessoal, a predisposição interna e a vocação dos educadores no desenvolvimento desta arte.
(E) método científico levará os professores a sistematizarem suas práticas pedagógicas, a fim de socializar os avanços e promover o progresso desta arte, tornando-a mais científica.

44 - O percurso da Filosofia no Brasil foi iniciado de forma muito dependente da metrópole e da institucionalização dos primeiros cursos de filosofia e teologia para a formação de clérigos. Esse período também está marcado pelas Reformas Pombalinas que, no âmbito específico do ensino de Filosofia, são identificadas com a
(A) expulsão dos jesuítas do território brasileiro.
(B) chegada do empirismo inglês aos debates jurídicos.
(C) virada da escolástica tomista para as influências do iluminismo francês.
(D) diversificação das correntes filosóficas, principalmente as vertentes culturalistas, estéticas e éticas.
(E) predominância de brasileiros que foram estudar nas universidades portuguesas, especialmente a de Coimbra.

45
Em uma aula de Filosofia, o professor trabalha com os textos apresentados a seguir.
"Não podemos esquecer que toda prática social tem como ponto de partida a ideologia. Ela impregna tudo, até a própria ciência. Por isso é preciso cuidado ao filosofar, porque, sem o percebermos, podemos estar sendo governados pela ideologia, ideias que, a priori, já estão em nossas mentes".
TELES, Maria Luiza S. Filosofia para jovens, Petrópolis: Vozes, 1996, p. 70.
"Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
(...)
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver".
Cazuza e Roberto Frejat.
(CD "O poeta está vivo")
O professor pede a três estudantes uma definição do tema central da aula e recebe as seguintes respostas:
Ana - Ideologia é um sistema de ideias para explicar a realidade, e todos nós precisamos de uma.
Rodrigo - A ideologia governa, como um partido, o nosso pensamento e a nossa ação. A filosofia pode revelar esta forma de comando.
Carlos - Ideologia é uma maneira de conhecer a verdade e a falsidade das coisas, que pode ser verdadeira ou falsa, boa ou negativa.
Dos textos apresentados e das respostas obtidas, conclui-se que
(A) Carlos define a temática de maneira coerente e justificada.
(B) Rodrigo foi o único a definir a proposta temática do professor.
(C) Ana não articula, em sua definição, os dois textos propostos em aula.
(D) Ana e Carlos não definem a temática central da aula.
(E) Ana e Rodrigo definem, com coerência, a proposta temática da aula.

46 - "De Hobbes a Hegel, passando por Rousseau e Kant, a filosofia política clássica concentrou suas interrogações no mistério do Estado. (...) O Estado, tal como o conhecemos, nem sempre existiu. Sem dúvida, o mundo atual nos pede para inventarmos formas novas de organização política".
LECOURT, Dominique. O fim do Estado é inevitável?, in: Café Philo: as grandes indagações da filosofia, RJ: Jorge Zahar, Editor, 1999, pp. 52- 53.
Os filósofos em discussão, no argumento de Dominique Lecourt, sobre a origem, a manutenção e a inevitabilidade do Estado, são classificados como
(A) liberais.
(B) democráticos.
(C) jusnaturalistas.
(D) contratualistas.
(E) socialistas utópicos.

47 - X se refere ao que é bom ou justo e às melhores normas de convivência.
Y é a ciência normativa sobre o poder e o governo da sociedade.
Z é o conjunto de direitos e deveres de um indivíduo em relação à sociedade em que vive.
Das afirmações acima, conclui-se, que
(A) X = Ética; Y = Política e Z = Cidadania.
(B) X = Cidadania; Y = Política e Z = Ética.
(C) X = Política; Y = Cidadania e Z = Ética.
(D) X =~ Z = Cidadania e Y = Pluralismo.
(E) X =~ Y = Política e Z = Justiça.

48 - "Filosofia no Brasil" ou "Filosofia Brasileira" são termos polêmicos devido às suas imprecisões. No entanto, a institucionalização do campo filosófico no território nacional tem sido objeto de estudo de alguns especialistas, que afirmam estar nossa fragilidade, basicamente, em dois pontos:
(A) descrédito acadêmico das ciências humanas e falta de originalidade dos filósofos brasileiros.
(B) autodidatismo da formação dos filósofos brasileiros e baixo investimento de órgãos públicos.
(C) debilidade teórica das pesquisas realizadas e autodidatismo da formação dos filósofos brasileiros.
(D) falta de originalidade dos filósofos brasileiros e importação das ideias dos contextos europeu e norte-americano.
(E) baixo investimento de órgãos públicos para pesquisa e importação das ideias dos contextos europeu e norte-americano.

50 - A Filosofia, no Brasil, sofre uma virada de qualidade - significativamente positiva - na década de 1970, favorecida por dois fatores:
(A) incentivo de órgãos governamentais (CAPES e CNPq) e criação das primeiras universidades (USP e UFRJ).
(B) incentivo para brasileiros realizarem cursos de doutoramento no exterior e criação da Revista Brasileira de Filosofia.
(C) chegada da missão francesa à USP e criação da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia).
(D) criação dos programas de pós-graduação (Unicamp e UFMG) e chegada da missão francesa para fundação da USP.
(E) criação dos programas de pós-graduação em Filosofia (mestrado e doutorado) e incentivo de órgãos governamentais (CAPES e CNPq).

GABARITO:
21 - B
22 - A
23 - A
24 - B
25 - E
26 - A
27 - C
28 - A
29 - D
30 - E
31 - B
32 - C
33 - B
34 - C
35 - D
36 - C
37 - B
38 - E
40 - A
41 - B
43 - E
44 - C
45 - E
46 - D
47 - A
48 - D
50 - E

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