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domingo, 2 de janeiro de 2011

Vestibular julho 2008 - Universidade Federal de Uberlândia - UFU


Vestibular julho 2008 - Universidade Federal de Uberlândia - UFU  
FILOSOFIA

QUESTÃO 41
Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA.
A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento.
B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão.
C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo.
D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um.

QUESTÃO 42
Com base na teoria de Hobbes e no texto abaixo, marque a alternativa correta.
O que Hobbes quer dizer falando de "guerra de todos contra todos", é que, sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza, este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram.
BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 36.
A) O estado de natureza e o estado de guerra estão relacionados apenas a alguns homens.
B) Hobbes caracteriza a "guerra de todos contra todos" como algo que pode sempre existir.
C) A "guerra de todos contra todos" independe de condições para existir.
D) O estado de natureza caracteriza-se pela ausência de guerra.

QUESTÃO 43
Leia atentamente o texto abaixo.
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento.
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores
Marque a alternativa INCORRETA.
A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.
B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos.
C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos.
D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência.

QUESTÃO 44
Leia o trecho abaixo.
E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma idéia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c).
PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1996.
Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão.
A) Somente por meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento das idéias.
B) No pensamento platônico, o conhecimento das idéias permite ao filósofo discernir a unidade inteligível em face da multiplicidade sensível.
C) Para que a alma humana alcance o conhecimento das idéias, ela deve elevar-se às alturas do inteligível, o que somente é possível após a morte ou por meio do contato com os deuses gregos.
D) Tanto a dialética quanto a matemática elevam o conhecimento ao inteligível; mas, somente a matemática, por seu caráter abstrato, conduz a alma ao princípio supremo: a idéia de Bem.

QUESTÃO 45
Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume.
E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos - calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez -, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro.
HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, 2004. p. 75.
Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto.
A) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedimento da inferência.
B) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação.
C) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito.
D) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência.

QUESTÃO 46
Leia o texto abaixo.
Deixando de lado as discussões sobre governos e governantes ideais, Maquiavel se preocuparia em saber como os homens governam de fato, quais os limites do uso da violência para conquistar e conservar o poder, como instaurar um governo estável, etc.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006. p. 200.
Marque a alternativa que descreve corretamente o objetivo de Maquiavel.
A) De acordo com Chalita, Maquiavel examina a política de forma a dar continuidade às análises da tradição filosófica.
B) Conforme Chalita, o pensador florentino tem por objetivo demonstrar como um Príncipe deve conquistar e manter o poder, tratando-o como uma realidade concreta.
C) Como observamos no texto, a obra de Maquiavel é inovadora por definir o que é o governo e quem são os governantes ideais.
D) De acordo com o texto, pode-se observar que Maquiavel não admite o uso da violência para conquistar e conservar o poder.

QUESTÃO 47
Leia atentamente o texto abaixo.
A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de idéias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas.
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. p. 104.
A primeira idéia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das meditações é
A) a idéia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe.
B) a idéia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto.
C) a idéia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar.
D) a idéia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical.

QUESTÃO 48
Leia o trecho extraído da obra Confissões.
Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas.
SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores
Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta.
A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável.
B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem.
C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo.
D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação.

QUESTÃO 49
O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus.
As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67.
A partir do texto, marque a alternativa correta.
A) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus.
B) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos.
C) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural.
D) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego.

QUESTÃO 50
Considere o texto abaixo.
Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas.
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9.
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta.
A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato.
B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade.
C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais.
D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade.

GABARITO:
41A
42B
43C
44B
45D
46B
47A
48B
49D
50A

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