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domingo, 11 de março de 2012

2006 - PSS/UFPa

2006 - PSS/UFPa

41. (Compreender as concepções empiristas e racionalistas acerca do conhecimento e método.) No quadro geral do pensamento moderno, em que se discute a questão do método, é correto afirmar que, na concepção de Bacon, o método é:

(A) independente da experiência, pois os homens são obrigados a renunciar às noções do senso comum.
(B) empírico, pois se apóia em analogias, ou seja, mesmo indiretamente procura estabelecer relações de semelhanças entre os fatos.
(C) predominantemente embasado na experiência, já que requer um contato direto com os próprios fatos.
(D) experimental, pois implica um predomínio da razão sobre a simples experiência.
(E) construtivista, pois, por meio do contato direto com os fatos, pretende construir modelos do real, combinando os procedimentos racionalistas e empiristas.

42. (Compreender a especificidade da linguagem cientifica.) “O conhecimento científico expressa-se em enunciados e conjunto de enunciados. Estes enunciados descrevem relações estáveis entre eventos. Ao formular seus enunciados o cientista procura deixar de lado tudo o que for único e individualmente considerado:  recordações, emoções e sentimentos estéticos despertados pelas disposições de átomos, as cores e os hábitos de pássaros, ou a imensidão da via-láctea. (...). A ciência elimina a maior parte da aparência sensual e estética da natureza. Pontes e cascatas são descritas em termos de freqüência de raios luminosos, coeficientes de refração e forças gravitacionais ou hidrodinâmica. (...). Logo, a ciência descreve um mundo de coisas (...), interatuando  como se a humanidade não existisse.” (KNELLER, G. A ciência como atividade humana, p.123, 149-150, texto adaptado) Com o auxilio do texto, é correto afirmar sobre a linguagem utilizada pela ciência:

(A) É objetiva, pois os enunciados descrevem a regularidade dos fenômenos excluindo qualquer referência à experiência subjetiva.
(B) É subjetiva, pois os enunciados descrevem os fatos que ocorrem na natureza levando em consideração as impressões subjetivas do cientista.
(C) É objetiva e argumentativa, pois descreve os fenômenos utilizando juízos de realidade e de valor.
(D) É expressiva, pois não pode evitar de comunicar, além de conhecimentos, também sentimentos e atitudes que são comuns aos homens.
(E) É argumentativa, pois utiliza enunciados que retratam a natureza nos seus mínimos detalhes, incluindo as relações causais, as cores, os odores, os sabores, a beleza e a emoção produzida pelos fenômenos.

43. (Compreender e distinguir conceitos e teorias acerca da felicidade e do dever.) - ”Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem consciência para perguntar a si mesma: Não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, sua máxima de ação seria: Quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá. Este principio do amor de si mesmo ou da própria conveniência pode talvez estar de acordo com todo meu bem-estar futuro; mas agora a questão é de saber se é justo.(...). Vejo imediatamente que ele nunca poderia valer como lei universal da natureza e concordar consigo mesmo, mas que, pelo contrário, ele se  contradiria necessariamente.” (KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo, Abril Cultural, 1980, p.130).

De acordo com o texto, no que diz respeito ao dever necessário para com os outros, uma promessa mentirosa deve ser entendida como uma ação

(A) ética, pois foi praticada por dever, na medida em que visa a um fim justo, no caso, o bem-estar da pessoa que fez a promessa, considerando-se que os fins justificam os meios.
(B) contrária ao dever, pois a pessoa pratica um ato de violência, aproveitando-se da boa fé do outro, mas perfeitamente justificável na medida em que obedece a uma regra  pragmática, a de que a mentira pode ser justificada em determinadas situações.
(C) de acordo com o dever, pois, embora a pessoa que fez a promessa tenha agido por interesse, não se pode dizer que ela seja desonesta e injusta, porquanto queria apenas suprir suas necessidades.
(D) correta e justa, conforme ao dever, pois foi motivada por uma situação de extrema dificuldade e pode ser justificada do ponto de vista da máxima moral.
(E) contrária ao dever, pois foi motivada por fins egoístas e desrespeita a máxima moral segundo a qual o motivo do agir deve tornar-se uma lei universal.

44. (Compreender os diferentes conceitos e teorias relativos à justiça, cidadania, poder, democracia, jusnaturalismo e contratualismo) - A constituição da sociedade política pode ser entendida de várias maneiras. Hobbes, por exemplo, a concebe como 

(A) um fato natural, pois o homem sendo um animal político, a ele não compete fundar a sociedade, mas governá-la.
(B) fruto artificial de um pacto voluntário de submissão, pelo qual os indivíduos transferem o poder que possuem a um soberano.
(C) um fato artificial, fruto de um contrato, por meio do qual as partes contratantes se reduzem a uma só, o povo, que pode ser considerado como soberano e súdito.
(D) fruto do desejo natural dos homens de viverem em comum e de se ajudarem mutuamente, motivo pelo qual eles se associam e elegem um soberano para governá-los.
(E) um pacto natural de associação feito entre os homens, uma vez que os mais fracos e desprovidos de recursos, para sobreviverem, sentiram a necessidade de se associarem aos mais fortes e submeterem sua vontade ao poder e à força do soberano em troca de  segurança e proteção.

45. (Compreender o conceito de juízo estético e distingui-lo dos juízos de realidade e de valor.) - Para Kant, o que distingue o juízo estético ou de gosto do juízo moral e lógico está no fato de o juízo estético:
(A) estar necessariamente relacionado com nossa experiência empírica, vinculando, portanto, a representação do objeto à idéia de beleza.
(B) fazer parte da estrutura da faculdade de conhecimento, pois fornece um elo positivo para o sujeito.
(C) ser subjetivo, pois a satisfação que um objeto belo proporciona varia de indivíduo para indivíduo, o que confirma o dito popular: “gosto não se discute”.
(D) ter por fundamento alguma sensação e não um conceito, o que envolve o sentimento de prazer e não uma representação intelectual.
(E) estar relacionado a um sentimento de satisfação universal proporcionado por um objeto belo, universalidade esta fundada em uma uniformidade empírica do gosto.



41 - C
42 - A
43 - E
44 - B
45 - D

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