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domingo, 11 de março de 2012

2010 PSS/UFPa - Anulado

2010 PSS/UFPa - Anulado

41. Sobre a concepção aristotélica de mímesis, leia o texto abaixo e considere as afirmativas propostas logo a seguir.

“Interpretando-se, pois, a mímesis num sentido mais profundo, compatível com a idéia aristotélica das relações intima entre Arte e Natureza [...] podemos dizer que o artista não imita o que é individual e contingente, mas o que é essencial e necessário – não imita as coisas tais como elas são, mas tais como devem ser, de acordo com os fins que a Natureza se propões alcançar.
(NUNES, B. introdução á Filosofia da arte. São Paulo: Ática, 1989, p. 41)

I A mímesis artística é o prolongamento de uma tendência natural aos homens e animais: a tendência para imitar.  
II Aristóteles valoriza a obra de arte em função de sua semelhança com o real. Ela não é nem completamente real, verdadeira, nem cabal ilusão. 
III A pintura e a escultura não imitam a idéia, a forma essencial, que é a verdadeira realidade, mas a aparência sensível. 
IV Para Aristóteles, diferentemente de Platão, a mimeses artísticas não reproduz a aparência das coisas; ela representa a realidade.

Estão corretas as afirmativas

(A)  I e II.
(B)  II e IV.
(C)  III e IV.
(D)  I, II e III.
(E)  I, II e IV.

42. Considere o que diz Koyré, no texto abaixo, sobre os traços característicos da revolução cientifica moderna e, em seguida, a respeito dessa revolução, avalie as afirmativas que seguem.

“Admite-se de maneira geral que o século XVII sofreu e realizou uma radicalíssima revolução espiritual de que a ciência moderna é só mesmo tempo a raiz e o fruto. Essa revolução pode ser descrita e caracterizada de varias maneira diferentes. [...] Em minha opinião ela é expressão de um processo mais profundo e mais fundamental, em resultado do qual o homem, como às vezes se diz, perdeu seu lugar no mundo ou, dão talvez mais corretamente, perdeu o próprio mundo em que vivia e sobre o qual pensava, e teve de transformar e substituir não só seus conceitos e atributos fundamentais, mas até mesmo o quadro de referencia de seu pensamento.”
(KOYRÉ, A. Do mundo fechado ao universo infinito. P. 13)

I. Esta revolução causou a destruição da idéia greco-romana e cristã de Cosmos, isto é, do mundo como ordem fixa segundo hierarquias de perfeição e em seu lugar surgiu a idéia de um Universo infinito, aberto no tempo e no espaço, sem fim, sem limite.
II. O espaço heterogêneo e hierarquizado dos lugares naturais da Física aristotélico-tomista foi substituído pela idéia de um espaço homogêneo, mensurável, calculável e sem valores.
III. Esta revolução possibilitou a distinção entre os sensíveis próprios e os sensíveis comuns e a valorização dos sensíveis próprios como qualidades objetivas das coisas a serem estudadas pela nova ciência.
IV. Com a Revolução cientifica moderna é dada uma maior importância ao papel desempenhado pela observação pura, não controlada, e pela experiência na construção das teorias científicas. A especulação metafísica da ciência aristotélica dá lugar à associação de idéias por meio da experiência sensível, sem nenhum norteamento a priori.

Estão corretas as afirmativas:

(A) I e II.
(B) II e III.
(C) III e IV.
(D) I, II, e IV.
(E) I, II, III e IV.

43. Descartes, em sua obra Discurso do método, prescreve quatro regras do método que não devem ser esquecidas na busca do conhecimento verdadeiro: a evidência, a analise, a síntese e a enumeração.

Ao enunciar a primeira regra, a evidencia, Descartes nos recomenda

(A) que, a cada conhecimento novo obtido, façamos a revisão completa dos passos dados, dos resultados parciais e dos encadeamentos que nos permitiram chegar a ele, para evitarmos a prevenção e a precipitação que nos induzem a conhecimentos falsos.
(B) que, para conhecermos as realidades complexas, precisamos proceder passo a passo, dividir as dificuldades em partes mais simples e examinar cada uma delas de modo a evitar o erro.
(C) acolher como verdadeiro apenas o que se apresente ao espírito de forma clara e distinta, sem nenhuma duvida.
(D) duvidar de todos os conhecimentos advindos dos sentidos, pois apesar de esse tipo de conhecimentos parecer o mais verdadeiro e seguro, é preciso considerar que os sentidos nos enganam.
(E) conduzir o pensamento por ordem, partindo dos objetos mais simples e mais faceis de conhecer para os mais complexos, de modo a podermos chegar a verdade indubitáveis.

44. Considere as concepções de Locke expressas no texto abaixo:

“Assim como Hobbes e posteriormente Rousseau, Locke parte da concepção segundo a qual os indivíduos isolados, no estado de natureza, se unem mediante contrato social para construir a sociedade civil (...). Diferentemente de Hobbes, porém, Locke não descreve o estado de natureza como um ambiente de guerra e egoísmo. O que então levaria os indivíduos a abandonarem essa situação delegando o poder a outrem?

(ARANHA, Mª. Lúcia e MARTINS, Mª Helena. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1997, p. 274)

De acordo com o referido filósofo, o surgimento da sociedade civil se de ao (à)

(A) medo e ao desejo de paz dos indivíduos, mesmo abdicando de seus direitos em favor de um poder soberano, absoluto e indivisível.
(B) contração de um pacto, produto da vontade geral, para pôr fim à desigualdade social.
(C) desejo de preservação dos direitos naturais, em particular ao direito de propriedade.
(D) apaziguamento dos conflitos entre os direitos do mais forte e os direitos do primeiro ocupante da terra.
(E) fato de o homem ser naturalmente cruel e à necessidade de um poder político para dominar sua natureza perversa.

45. Sabe-se que, para Kant, agir por consciência, ou seja, por um senso de dever, é obedecer À lei moral. Sendo assim, os atos de um inquisidor que adere firmemente À exclusividade de sua fé estatutária, ao julgar um bom cidadão como herege e ao condená-lo à morte, podem ser julgados como 

(A) atos que têm por móbil a própria lei moral, por isso podemos dize que, no plano moral, os atos foram realizados por dever.
(B) extremamente perversos, mas em conformidade com a lei moral, ou seja, com o dever.
(C) moralmente justificáveis, pois o inquisidor seguiu os ditames de seu oficio, muito embora, do ponto de vista humanitário, seus atos sejam reprováveis.
(D) contrários à moral, pois o inquisidor não ouviu a voz da razão pratica e confundiu seus próprios sentimentos e inclinações com a exigência racional da moralidade.
(E) atos conformes a moral, pois a pessoa que age segundo a lei moral não pode se deixar levar por compaixão ou por qualquer calorosa emoção ao praticar determinada ação.


41 B
42 A
43 C
44 C
45 D

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